sábado, 17 de dezembro de 2011

Dores " Doenças" Emocionais

        Você conhece alguém que sente dores sem causa? Explico. A pessoa sente dores, por exemplo, cabeça, ombros, braços, pulsos, joelhos, tornozelos, costas ou outra parte qualquer do corpo. A pessoa vai ao médico. Ele examina o paciente, pede os exames e constata-se que não há qualquer problema físico, mas as dores continuam...
          Surge, cada vez mais intenso, um ramo do conhecimento denominado doenças psicossomáticas. Ou seja, emoções que provocam conseqüências físicas, orgânicas. O problema não está na estrutura física, biológica e sim na estrutura emocional.
                


  O fato de serem dores emocionais não diminue a intensidade. Ou seja, as dores emocionais doem tanto quanto as dores de origem física, como um machucado.
                 


Como as doenças (dores) emocionais operam? Não quero dar uma resposta definitiva, pois as causas são várias. Entretanto, podemos dar algumas das causas para efeito de reflexão.
                


  Imagine um indivíduo descontente com o que faz. Ele acredita que a sua rotina de trabalho é pouco interessante e não o faz melhor. Entretanto, ele sabe que o mercado de trabalho é concorrido e, às vezes, não possui habilidades para encontrar outro trabalho melhor. Aí surge a LER (lesão por esforço repetitivo - perceba o "repetitivo"). A doença é muito conveniente, pois impede o indivíduo de fazer aquele trabalho (que não gosta), mantém o emprego (pois ele não quer trocar ou não tem conhecimento para coisa melhor). O indivíduo não precisa arcar com o ônus da decisão de trocar de emprego. Conveniente, não?
                 


O parceiro não quer deitar-se com o cônjuge e, ... vem aquela dor de cabeça.
A vida está pouco interessante e surgem as dores de cabeça mais freqüentes.
O indivíduo está ansioso esperando o resultado de um exame ou de uma entrevista e surge aquela dor no joelho.
                


  A pessoa está frustrada com ela mesma por uma razão qualquer e, nesse dia, sofre um acidente, como um corte na mão, um tropeço na escada ou perde aquela oportunidade tão interessante.
                 


Ou seja, a doença (dor) psicossomática é uma forma do indivíduo fazer ou não fazer algo que ele não gosta, sem que tenha o ônus da decisão. A doença é uma maneira cômoda de eximir-se das responsabilidades das decisões. É uma justificativa aceita por todos. Veja a diferença: "Não fiz isso porque estava com dor de cabeça" (Deitar-se com o parceiro, por exemplo). "Não fiz isso, pois tenho medo das conseqüências". Qual a justificativa é mais facilmente aceita e qual o ônus da decisão é menor?
                 


Como saber, se a dor (doença) é psicossomática? Sentiu a dor, consulte um médico. Ele o examinará, pedirá os exames necessários e se não constatar nada, provavelmente, trata-se de dor psicossomática. Como enfrentá-la?
          Para vencer uma dor psicológica deve-se ir à raiz do problema e enfrentá-lo.
       


Não se trata de algo simples, mas perfeitamente possível. Lembra-se dos meus artigos confrontando emoção e respiração? A respiração é um caminho viável, mas não o único.
                


  Não se deixe abater. É muito cômodo dizer: "O médico disse que não tem cura ou que não há nada a fazer" (já ouvi essa justificativa). Você quer ser refém da dor? Se a resposta é não, faz-se necessário assumir o ônus da decisão e enfrentar a causa. Eu acho que vale a pena.