segunda-feira, 29 de junho de 2015

Terapia” costuma ser considerada uma palavra de mau gosto, vista como uma admissão de que a pessoa não está 100% normal. Mas eis a realidade: não há absolutamente nada de errado em querer ajuda ou precisar de ajuda.
Saúde mental é algo que muita gente ainda não entende (na verdade, somente 25% das pessoas com doenças mentais acham que os outros sentem compaixão por elas). O termo “bipolar” é mencionado casualmente quando a pessoa não consegue se decidir sobre o penteado. Outros dizem ter TOC quando sentem a necessidade de organizar suas mesas. A doença mental é considerada uma coisa que “está só dentro da sua cabeça”, e você deveria ser capaz de lidar com ela sozinho.
Esse pouco caso com doenças mentais não é só uma questão social. Pesquisa da Associação para Ciência Psicológica sugere que o estigma das doenças mentais é uma barreira que impede as pessoas de buscar tratamento adequado. Ou seja, quanto mais o estereótipo é perpetuado, menos provável que as pessoas busquem ajuda quando precisam. Se você vai ao médico por causa de um problema físico, por que não ir a um psicólogo ou psiquiatra para cuidar de uma questão emocional?
Muita gente acredita que terapia é para quem não funciona direito, mas isso não é verdade. “A maioria das pessoas que busca aconselhamento não tem doença mental séria. Eles estão enfrentando desafios difíceis na vida ou estão passando por transições complicadas”, escreve a psicóloga clínica Dana Gionta no blog Psychology Today. “Isso, por sua vez, pode ter efeito adverso em seu bem-estar e sua capacidade de funcionar direito.”
Outro equívoco comum é que, uma vez iniciada a terapia, você vai ficar preso nela para sempre. Essa ideia reforça o estigma e pode impedir que muita gente dê uma chance ao tratamento, diz Gregory Dalack, responsável pelo departamento de psiquiatria da Universidade de Michigan.
“Certas pessoas acham que terapia sempre se trata de desbravar a história pessoal e falar e falar e falar, sem obter soluções para seus problemas”, disse Dalack ao The Huffington Post. “Embora algumas terapias sejam de longo prazo, outras podem ser focadas, com o objetivo de ajudar a lidar com um problema distinto, em um período relativamente curto.”
Às vezes as circunstâncias da vida atrapalham nosso bem-estar. Estresse no trabalho, problemas no relacionamento, conflitos familiares... tudo isso acontece em nossas vidas – e todas são razões válidas para procurar ajuda.
“Falar de seus problemas pode ajudar. Dá perspectiva”, diz Dalack. “Conversar com alguém especializado em entender ansiedade e depressão pode ajudar ainda mais a lidar com esses sintomas e a reenquadrar os pensamentos negativos.”

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